A amoreira preta é cultivada em
várias regiões temperadas no mundo. Estima-se que há aproximadamente 20 mil ha
cultivados com essa fruteira em todo o mundo. A Europa possui ao redor de oito
mil ha cultivados com amoras, sendo que o maior produtor Europeu é a Sérvia,
com 53% da área cultivada e uma produção próxima a 25 mil t. Outros países que
cultivam amoreiras pretas com grande expressão nesse continente é a Hungria,
Reino Unido, Romênia, Polônia, Alemanha e Croácia. No caso da América do Norte,
a área cultivada é de aproximadamente 7.200 ha, sendo os Estados Unidos o maior
produtor, com sua maior área de produção situada em Oregon, Michigan e
Arkansas. Ressalta-se ainda que o México possui 32% da área cultivada da
América do Norte, considerado o segundo maior produtor. Em relação à América do
Sul, a área cultivada com amoreira preta é superior a 2.500 ha, sendo o Equador
e o Chile os principais países produtores.
Embora existam espécies nativas do gênero Rubus no
Brasil, a amoreira preta só começou a ser pesquisada a partir de 1972, pela Embrapa
Clima Temperado, então Estação Experimental de Pelotas, sendo a primeira coleção
implantada em 1974 no município de Canguçu-RS. Estima-se que, atualmente, a área
cultivada com essa fruteira no Brasil seja aproximadamente de 600 hectares.
No Rio Grande do Sul, destacam-se os municípios de Vacaria, Caxias do Sul e
Feliz.
O cultivo de amoreira preta apresenta grande
importância em regiões subtropicais e tropicais brasileiras. Em São Paulo, a
área cultivada é de aproximadamente 215 ha, destacando-se os municípios de
Duardina (22 ha), na região de Bauru e Marília, Iaras, Itatinga, Águas de Santa
Bárbara e Botucatu, que juntas somam mais de 40 ha, Parapuã, Tarumã e
Presidente Prudente, no oeste do Estado, que juntas somam aproximadamente 36
ha, além de municípios localizados no pontal do Panapanema, vale do Ribeira e
principalmente o vale do Paraíba, atualmente principais polos produtores de
amoras de São Paulo. Em Minas Gerais, os principais municípios produtores
encontram-se na serra da Mantiqueira e sul de Minas, com destaque para Senador
Amaral, Cambuí, Campestre, Gonçalves e Pouso Alegre. Embora
sejam escassos os dados oficiais sobre o volume produzido, é notável o
crescente interesse pelo cultivo por parte dos produtores, decorrente da grande
procura pela população, principalmente na serra da Mantiqueira.
As produtividades
dos plantios de amoreira preta em regiões subtropicais podem atingir até 12 t
por hectare já no primeiro ano após o plantio e 25 t no segundo ano de cultivo.
Isso é possível desde que seja escolhida as cultivares adaptadas às condições
climáticas de inverno ameno, além de um bom manejo cultural, apurado para essas
condições climáticas de cultivo.
Por ser uma fruteira
rústica, com poucos problemas fitossanitários, intenso crescimento e pouco
tempo demandando para se formar a estrutura de copa, o que propicia o rápido retorno
do capital investido, é uma atividade interessante para a diversificação da
fruticultura nas regiões subtropicais. Aliada à grande procura por parte dos
consumidores e sabor peculiar de suas frutas, a amoreira preta é, sem dúvida,
uma fruteira potencial para ser inserida em regiões turísticas, como uma grande
opção para o turismo rural e na produção de geleias e sucos caseiros.
Essa fruta tem ganhado espaço no mercado consumidor,
em decorrência das recentes descobertas dos benefícios de seu consumo à saúde
humana. Possui quantidades significativas de vitaminas A, B, cálcio e ácido
elágico, um constituinte fenólico com propriedades anticancerígenas. Além
disso, a amora preta também é rica em pectina, que auxilia na redução do
colesterol e na prevenção de doenças cardiovasculares e circulatórias. Também
auxilia na prevenção de diabetes e no mal de Alzheimer.
O cultivo da amoreira preta em regiões subtropicais e tropicais
indicam boas perspectivas. Já há relatos de cultivos no oeste do Estado do
Paraná, pontal do Paranapanema, leste paulista e vale do Paraíba no estado de
São Paulo, sul de Minas e serra da Mantiqueira em Minas Gerais. Apesar dos avanços das áreas
cultivadas nessas regiões de inverno ameno, os desafios tecnológicos de produção e, principalmente, o manejo
cultural visando a proporcionar aumento na duração do período de produção das
frutas e do tempo de conservação em pós-colheita, constituem desafios a serem
enfrentados.
Essa fruteira
possibilita o rápido retorno do capital investido, pois as plantas atingem
altas produções após onze meses do plantio e ainda se adéquam perfeitamente ao
cultivo agroecológico, em razão de sua rusticidade e poucos problemas
fitossanitários.
As frutas são
altamente delicadas, mas se consegue agregar valor ao produto final por meio do
processamento de suas frutas, no fabrico de geléias caseiras, doces em barras
ou em caldas, polpa congelada e bebidas fermentadas, produtos esses que possuem
fácil comercialização, em decorrência do sabor peculiar dessa fruta e a grande procura,
principalmente em regiões turísticas.
Em relação ao
consumo ao natural da amora preta, o Brasil apresenta um grande potencial para comercialização,
porém os produtores deverão buscar orientações técnicas para realizar a
colheita das frutas no ponto de maturação adequado e também com todo o cuidado
para que essa fruta atinja o mercado consumidor com qualidade adequada.
Olá Rafael, eu gostaria de produzir em Jundiai SP, será que é possível?
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