segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
Azeite de abacate
Segundo maior produtor de abacate do país, Minas Gerais está despontando na fabricação do óleo obtido da fruta. Trata-se de uma alternativa que abre horizontes de ganho para os fruticultores, como aposta ancorada no crescimento da oferta e da procura pelo consumidor. O estado produziu 36,6 mil toneladas de abacate no ano passado, atrás apenas de São Paulo, e, para 2015, a expectativa é de expansão de 8%, representando um balanço de 39,6 mil toneladas, de acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG).
Para o coordenador técnico estadual de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábio, o abacate vem quebrando paradigmas, a despeito da fama de alimento calórico e de alto teor de gordura. “Nesses quesitos, não é uma fruta tão discrepante quando comparada às outras. Além disso, o óleo tem 1.001 funções, principalmente na indústria farmacêutica e de cosméticos e, agora, é usado na gastronomia como alternativa ao azeite de oliva”, ressalta.
Pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), afirmam que a queda no preço do produto em anos de supersafra deve favorecer a extração do óleo. “Em geral, os abacates in natura são comprados no pé a preços muito baixos, o que, de certa forma, desestimula o produtor rural”, disse. Em 2014, foram comercializados na Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (CeasaMinas) em torno de 6,2 mil toneladas de abacates ao preço médio de R$ 3 por quilo em janeiro e dezembro. Nos demais meses, a cotação foi equivalente à metade desse valor.
Em alguns países, o óleo de abacate já é usado na alimentação humana, na forma de temperos ou na cocção e fritura de alimentos. O produto é largamente utilizado na indústria de cosméticos, sobretudo na fabricação de sabão, cremes, loções para a pele e cabelo. No Brasil, é possível encontrar o óleo principalmente em estabelecimentos comerciais especializados, entretanto, segundo os pesquisadores, é importante trabalhar por sua popularização, com a produção em maior escala. O aumento do consumo levaria à diminuição dos custos de produção e à ampliação da oferta.
Ressalta-se que o abacate é rico em minerais, como ferro, cálcio e fósforo, em fibras solúveis, fitoesteróis e lipídios (gordura). O consumo da fruta auxilia na redução dos níveis do colesterol ruim (LDL) e na elevação do colesterol bom (HDL), diminuindo o risco de doenças cardiovasculares. Além disso, a vitamina E, um antioxidante natural, somada à vitamina A, torna o óleo um composto capaz de prevenir doenças oftalmológicas, como catarata e cegueira noturna. O produto pode, ainda, favorecer o emagrecimento, pois auxilia na diminuição da absorção de colesterol pelo intestino, mas seu consumo deve ser controlado, pois é um alimento muito calórico.
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